Acredita-se amplamente que as perturbações alimentares afectam principalmente as mulheres jovens, mas a maioria das pesquisas sobre as perturbações alimentares é realizada com participantes do sexo feminino e a maioria das intervenções é desenvolvida com mulheres. As mulheres são muito mais propensas a serem diagnosticadas com anorexia nervosa ou bulimia nervosa do que os homens. Mas este foco nas mulheres não levará a um sob diagnóstico nos homens?
As definições tradicionais das perturbações alimentares têm se concentrado no desejo de magreza. Embora a insatisfação com a imagem corporal das mulheres seja tipicamente centrada na perda de peso e no desejo de magreza, os homens tendem a ser mais focados na musculosidade do que a magreza. Ou seja, os homens querem músculos maiores, mais tonificados ou mais definidos, o que leva ao uso de suplementos (incluindo creatina, hormônio do crescimento, derivados de esteróides anabolizantes e uma variedade de outras substâncias) para melhorar a aparência, ganhar músculos ou ganhar força.
Alguns estudos, referem que na idade adulta, há uma extrema preocupação com peso e físico e que as preocupações com a musculosidade aumentaram com a idade, mas as preocupações com a magreza não aumentaram. Associada a esta preocupação com a musculosidade e o uso de suplementos, está associada o aumento do risco do consumo excessivo de álcool e uso de drogas.
Os estudos centram-se muito no desejo de magreza e não avaliam as preocupações com a musculosidade. Concentrar-se nos aspectos cognitivos das perturbações alimentares (por exemplo, influência indevida do peso e na autoavaliação) pode ajudar a detectar perturbações alimentares que não se enquadram nas categorias tradicionais, que é o caso de muitos homens.
Embora não se conheça a sua causa as perturbações alimentares são complexas e são influenciadas por diversos factores de natureza genética, biológica, psicológica a ambiental. A baixa auto-estima, perfeccionismo, uma forte insatisfação com a aparência física entre outros traços da personalidade são identificados como factores predispostos ao desenvolvimento das perturbações alimentares.
A própria sociedade, os grupos são também factores que podem desencadear uma perturbação alimentar. Por vezes, até mesmo um evento feliz, como o parto, pode desencadear uma perturbação alimentar, dada a mudança corporal que provoca.
Sempre que um comportamento alimentar se revelar negativo para a vida da pessoa ou para a imagem que ela tem de si mesma, é essencial recorrer a um profissional de saúde mental para impedir a progressão e agravamento do problema.
Após as perturbações alimentar tende a perpetuar-se, sob a forma de ciclos viciosos,quanto mais tardio for o diagnóstico, mais difícil será alcançar bons resultados. O papel do psicólogo ou psiquiatra é essencial para um tratamento eficaz das perturbações alimentares.
É importante reforçar que a maioria das perturbações alimentares pode ser tratada com sucesso. Contudo, o tratamento deve ser encarado numa perspectiva a longo prazo.
É importante encorajar hábitos alimentares saudáveis e não abordar com insistência o tema das dietas. É importante perceber os benefícios de uma alimentação saudável e quais os perigos associados a uma dieta mal acompanhada.