Qual a diferença entre ouvir e escutar?
O significado de ouvir remete ao sentido da audição, é aquilo que o ouvido capta. Já o verbo escutar corresponde ao ato de ouvir com atenção.
Possuir apenas uma habilidade pode ser incapacitante, quando uma pessoa fala constantemente, mas nunca ouve, ou quando uma pessoa escuta e nunca partilha.
Ao crescer, os jovens começam a praticar tanto a capacidade de falar como a de calar.
Quando a comunicação falha até a própria família se tornar estranha, levando a tenebrosos mal entendidos e mau estar: um pai preocupado ” nunca falas comigo”, um jovem que não se sente compreendido “ nunca me escutas”.
A boa comunicação facilita as relações: “Quando paras-te de falar comigo, pensei que estavas com raiva! Até me dizeres, eu não sabia que estavas triste”. É importante escutar, a partilha verbal e a escuta adequada mantém as pessoas ligadas, e esclarecidas em relação ao que está acontecer.
É importante que os pais e os filhos cultivem a capacidade de escuta, o processo da adolescência já separa gradualmente os pais e os filhos.
Escutar é um presente: ofereça a sua atenção.
Escutar é interesse: curiosidade para saber o que será dito.
Escutar é disponibilidade: tempo para ouvir o que alguém tem para dizer.
Escutar proporciona companheirismo: incentiva a partilhar sobre o que está a acontecer e o impacto do que é dito.
Escutar torna público: permite que o privado seja confiado.
Escutar não é crítica: o orador se sente aceite no momento.
Escutar é educativo: ouvir o que os outros dizem ensina muito.
É claro que escutar nem sempre é fácil para os pais, pode ser difícil escutar quando: a sua mente já está programada; não quer ouvir o que está a ser dito. Quando não quer interromper o que está a fazer, quando está num momento difícil, se sente cansado, chateado, ofendido, preocupado ou se sente ameaçado.
Os relacionamentos afectivos geralmente são complicados e desafiadores, dessa forma é importante que escute.
Escutar é um ato de amor: “Mesmo que o que eu disse não fosse sempre o que meus pais queriam saber, eles ouviram o que eu tinha a dizer.”
Daí o complemento mais poderoso que um adolescente pode dar aos pais: “Eu posso contar aos meus pais qualquer coisa”.
Ouvir é estar lá.